Isa Scherer: Vaga de R$ 2 mil causa revolta na web

A vaga de auxiliar na doceria de Isa Scherer, ex-MasterChef, gerou polêmica. Entenda por que o salário de R$ 2 mil foi duramente criticado nas redes sociais....
Isabella Scherer
Isabella Scherer foi a campeã do 'MasterChef' 2021 Foto: Carlos Reinis/ Band

A Polêmica Vaga de R$ 2 Mil que Incendiou a Internet

O mundo da gastronomia é feito de muito glamour, especialmente após a popularização dos realities shows culinários. Acompanhamos chefs transformando ingredientes simples em arte, sonhamos com pratos perfeitos e admiramos suas trajetórias. Isa Scherer, a grande vencedora do MasterChef Brasil 2021, é um exemplo perfeito disso. Ela encantou o país com sua técnica, criatividade e calma, e desde então, seguiu seu sonho de abrir uma confeitaria.

No entanto, nos últimos dias, Isa Scherer se viu no centro de uma intensa polêmica, e não foi por causa de uma receita. Uma vaga de emprego anunciada para sua doceria em São Paulo acendeu um debate acalorado nas redes sociais, colocando em xeque a disparidade entre o glamour da alta gastronomia e a realidade de quem trabalha nos bastidores.

Quem é Isa Scherer: Do MasterChef ao Empreendedorismo

Para entender o tamanho da polêmica, é crucial lembrar quem é Isa Scherer. Filha do ex-nadador Fernando Scherer (o Xuxa) e da ex-dançarina Sheila Mello, ela já tinha uma carreira como atriz e influenciadora antes mesmo de entrar no MasterChef. Sua participação no programa foi um divisor de águas, consolidando-a como uma cozinheira de mão cheia, com foco especial na confeitaria.

Após a vitória, Isa Scherer investiu pesado em sua paixão. Ela mergulhou em cursos, aprimorou suas técnicas e, finalmente, realizou o sonho de abrir seu próprio negócio físico, uma doceria sofisticada. Como influenciadora de sucesso e empresária, ela compartilha uma vida de alto padrão, incluindo viagens, moda de luxo e, claro, suas criações culinárias. É exatamente esse background que serviu como pólvora para a explosão que estava por vir. O público via Isa Scherer não apenas como uma chef, mas como uma figura pública de sucesso e, presumivelmente, muito rica.

Isabella Scherer
A atriz Isabella Scherer foi a campeã do ‘MasterChef’ 2021 Foto: Carlos Reinis/ Band

A Vaga da Discórdia: O que Dizia o Anúncio?

A controvérsia começou quando a equipe de Isa Scherer publicou um anúncio para a vaga de “Auxiliar de Cozinha” em sua confeitaria, localizada em um bairro nobre de São Paulo. Os detalhes da vaga se espalharam rapidamente e foram o combustível para a revolta.

O anúncio buscava um profissional com os seguintes requisitos e condições:

  • Cargo: Auxiliar de Cozinha
  • Salário: R$ 2.000,00
  • Benefícios: Vale-Transporte (VT)
  • Regime: CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)
  • Jornada: 44 horas semanais, em escala 6×1 (seis dias de trabalho por um de folga)
  • Requisitos: Experiência prévia em confeitaria, proatividade, agilidade, organização e higiene.

À primeira vista, pode parecer uma vaga comum no setor de serviços. No entanto, o público da internet não demorou a dissecar cada ponto. O que para Isa Scherer era uma oferta de emprego padrão, para milhares de pessoas foi visto como um insulto, especialmente vindo dela.

A Revolta: Salário Baixo e a Comparação com a Bolsa de R$ 33 Mil

A reação foi imediata e massiva. O ponto central da fúria foi, obviamente, o salário de R$ 2.000. Críticos rapidamente apontaram que este valor mal cobre o custo de vida básico em São Paulo, uma das cidades mais caras do mundo. Morar, comer e se transportar na capital com esse salário é considerado, por muitos, um exercício de sobrevivência. A oferta de apenas vale-transporte, sem menção a vale-refeição ou plano de saúde, também foi duramente criticada.

Mas a polêmica explodiu de verdade quando os internautas fizeram o que fazem de melhor: comparar. O estilo de vida de Isa Scherer foi colocado sob um microscópio. A crítica mais viralizada foi a comparação do salário oferecido com um único item de luxo usado pela chef: uma bolsa da marca Bottega Veneta, avaliada em mais de R$ 33.000.

O cálculo foi brutal: o salário anual do funcionário (R$ 2.000 x 12 = R$ 24.000) seria inferior ao preço de uma única bolsa de Isa Scherer. Essa disparidade foi o estopim. A narrativa criada foi a da “milionária que paga um salário de miséria” para seus funcionários, que são a base de seu negócio. Choveram comentários acusando Isa Scherer de “exploração”, “hipocrisia” e de não valorizar os profissionais que colocam a mão na massa, enquanto ela fatura com a imagem glamourosa da confeitaria.

O Outro Lado: A Realidade do Custo CLT e a Defesa

Como em toda polêmica, há um outro lado da moeda. Em meio ao mar de críticas, surgiram defensores de Isa Scherer, muitos deles donos de pequenos e médios negócios no ramo da gastronomia. O argumento principal foi o de que, infelizmente, o salário de R$ 2.000 está dentro, ou até ligeiramente acima, do piso salarial da categoria de auxiliar de cozinha em São Paulo.

O que o público geral muitas vezes não vê é o chamado “Custo Brasil”. Um funcionário CLT que recebe R$ 2.000 de salário líquido custa para o empregador quase o dobro disso. Encargos como INSS, FGTS, provisão de 13º salário, férias e o próprio vale-transporte elevam o custo desse funcionário para perto de R$ 4.000. Para uma confeitaria que acabou de abrir, que ainda está se pagando (o “payback”), cada contratação é um investimento altíssimo.

O marido de Isa Scherer, Rodrigo Calazans, saiu em defesa da esposa, chamando o salário de “justo” e criticando os “justiceiros da internet” que, segundo ele, não entendem a realidade de abrir um negócio no Brasil. A própria Isa Scherer optou por uma abordagem mais discreta: ela simplesmente apagou a postagem da vaga de suas redes sociais, mas não sem antes o assunto ter dominado os portais de notícias.

A Grande Questão: Glamour do MasterChef vs. Realidade da Cozinha

Este episódio envolvendo Isa Scherer é um sintoma de um debate muito maior na gastronomia. Programas como o MasterChef criaram uma aura de glamour em torno da profissão de cozinheiro. Vemos pratos lindos, elogios emocionados e o chef como um artista. O que não vemos são as 12 horas em pé, o calor extremo, as panelas pesadas, a pressão psicológica e, no fim do mês, um dos salários mais baixos do mercado.

A vaga de Isa Scherer serviu como um para-raios para essa frustração coletiva. A pergunta que ficou no ar é: uma chef que alcançou a fama e o sucesso financeiro, muito por conta dessa imagem glamourosa, não teria a obrigação moral de pagar salários mais dignos, acima da média de um mercado que ela mesma sabe ser tão duro? Ou ela é apenas uma empresária jogando pelas regras do jogo, tentando manter seu negócio lucrativo como qualquer outro?

Conclusão

A polêmica da vaga de Isa Scherer está longe de ser um simples caso de fofoca de internet. Ela tocou em um nervo exposto da sociedade: a gritante desigualdade de renda e a desvalorização do trabalho braçal. A imagem da bolsa de R$ 33 mil contra o salário anual de R$ 24 mil foi poderosa demais para ser ignorada. Embora Isa Scherer possa estar, tecnicamente, pagando o piso do mercado, a percepção pública foi a de que ela, como figura de sucesso, poderia (e deveria) fazer mais. O episódio nos força, como amantes da gastronomia, a refletir sobre quem realmente faz a mágica acontecer na cozinha e quanto, de fato, valorizamos esse trabalho.


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