“Chef”: A Comida como Paixão, Redenção e Trilha Sonora

Resenha de Chef (2014). Um chef larga a alta gastronomia por um food truck e redescobre sua paixão pela comida e pela família. Imperdível!...
Filme chef

Imagem: Divulgação/Open Road Films

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Cara, se tem um filme que entende a alma do “Receita Sem Fim”, é este. Hoje vamos falar sobre “Chef”, escrito, dirigido e estrelado pelo mestre Jon Favreau (o mesmo cara que dirige Homem de Ferro e Mandaloriano!) e lançado em 2014.

Um “Feel-Good Movie” Temperado

Chef é uma comédia dramática, mas é o que os americanos chamam de “feel-good movie”. É um filme feito para te fazer sentir bem. Ele foge daquela pressão absurda da alta gastronomia (que vimos em O Menu ou Pegando Fogo) para focar em algo muito mais puro: o amor pela comida e como ela conecta as pessoas. É uma história de redenção, de família e, claro, de comida de rua espetacular.

A Receita de Um Recomeço

Conhecemos Carl Casper (Jon Favreau), um chef renomado em um restaurante chique de Los Angeles. Ele é talentoso, mas está frustrado, preso a um cardápio antigo pelo dono do lugar (Dustin Hoffman). Quando um crítico de comida famoso (Oliver Platt) destrói seu trabalho, Carl tem um colapso público… e viral. (Sério, a briga dele no Twitter é hilária).

Demitido e “cancelado”, Carl se vê sem rumo. Com um empurrãozinho de sua ex-esposa (Sofía Vergara), ele decide voltar às suas raízes. Ele compra um food truck caindo aos pedaços e, com a ajuda de seu melhor amigo (John Leguizamo) e seu filho Percy (Emjay Anthony), ele começa a fazer a comida que ama: sanduíches cubanos autênticos. O filme vira um road movie delicioso sobre reencontrar a paixão.

Um Cardápio Impecável

  • Roteiro: O roteiro de Chef é simples, mas não se engane: ele é brilhante na sua simplicidade. A história é linear, previsível? Sim. Mas ela é contada com tanto coração e diálogos tão afiados que isso não importa. O uso de mídias sociais (Twitter, na época) como motor da trama é genial e foi muito à frente do seu tempo. Mas o núcleo do roteiro é a relação pai-filho, que é desenvolvida de forma genuína e tocante.
  • Atuações: Todo mundo está ótimo. Jon Favreau é perfeito como Carl, você sente a paixão e a exaustão dele. John Leguizamo, como o amigo Martin, é a alma cômica e leal do filme. Mas a química real está entre Favreau e Emjay Anthony (o filho). Eles parecem pai e filho. As participações especiais (Robert Downey Jr., Scarlett Johansson) são divertidas e pontuais.
  • Direção e Cinematografia: Aqui é onde o filme te ganha. A direção de Favreau é focada em uma coisa: fazer a comida parecer inacreditavelmente deliciosa. É o que chamamos de “food porn” da melhor qualidade. A câmera foca no pão sendo amanteigado, no queijo derretendo, na carne de porco chiando. É tudo vibrante, ensolarado (passando por Miami, Nova Orleans, Austin). Você quase consegue sentir o cheiro. A cena em que ele faz um simples aglio e olio (alho e óleo) para a personagem da Scarlett Johansson é hipnotizante.
  • Trilha Sonora e Edição: A trilha sonora é um personagem à parte! É sensacional. O filme é embalado por uma seleção vibrante de salsa, funk e jazz latino. A música dá o ritmo da estrada, o calor de Miami e a energia da cozinha. É impossível assistir e não ficar batucando o pé. A edição usa as mídias sociais de forma ágil para mostrar a passagem do tempo e o sucesso crescente do food truck.

O Sabor da Simplicidade

Chef é o meu tipo favorito de filme de culinária. Ele não tenta ser pretensioso. Ele celebra a comida de verdade, a comida que conforta, a comida feita com as mãos e com paixão.

O ponto central do filme é a transformação de Carl. Ele deixa de ser um “artista” frustrado que cozinha para críticos e se torna um “artesão” feliz que cozinha para pessoas reais. A cena em que ele faz um queijo quente perfeitamente tostado para o filho vale mais do que qualquer prato de foie gras que ele fazia no restaurante. É um filme que nos lembra por que começamos a cozinhar: para compartilhar, para cuidar, para fazer alguém feliz.

Um Prato Cheio de Alegria

Chef é um filme que eu assisto toda vez que quero ficar de bom humor. É otimista, divertido e inspirador.

  • Pontos Fortes: A trilha sonora contagiante, a química do elenco e, acima de tudo, as cenas de comida de dar água na boca.
  • Pontos Fracos: Sinceramente? A trama é bem “leve”. Os conflitos se resolvem de forma muito fácil, quase sem obstáculos reais (graças a uma ex-esposa rica e amigos convenientes). Mas, quer saber? Às vezes é disso que a gente precisa.

Vale a pena ser assistido? Mil vezes sim! É indicado para qualquer um que ame comida, música latina, histórias de redenção ou que simplesmente precise de um filme para sorrir.

Alerta de fome: NÃO assista a este filme com fome. Tenha ingredientes para um bom queijo quente ou um misto por perto. Você vai me agradecer depois.


Extras (Texto corrido)

CineGourmet: Resenha de Chef (2014). Um chef larga a alta gastronomia por um food truck e redescobre sua paixão pela comida e pela família. Imperdível!

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