Resenha “Sem Reservas”: A Receita Perfeita de Comédia Romântica na Cozinha

Resenha "Sem Reservas" (2007). Uma chef controladora (Catherine Zeta-Jones) vê sua vida mudar com a chegada da sobrinha e de um novo cozinheiro....
Filme sem reservas

Imagem: Divulgação/Warner Bros.

Onde Assistir?

A Fórmula Perfeita do Conforto

Sabe aquele filme que é tão previsível quanto uma receita de bolo, mas que, no final, sai tão gostoso e reconfortante que você nem se importa? Esse é “Sem Reservas” (No Reservations), lançado em 2007 e dirigido por Scott Hicks.

Este filme é a definição de uma comédia romântica clássica, mas com um diferencial delicioso: ele se passa (quase) inteiramente dentro da cozinha de um restaurante sofisticado de Nova York. É um filme leve, charmoso e que, com certeza, vai te deixar com um sorriso no rosto.

Quando a Vida Bagunça a Cozinha Perfeita

Conhecemos Kate (a sempre elegante Catherine Zeta-Jones), uma chef executiva viciada em trabalho e obcecada por controle. Sua cozinha é um santuário de perfeição, e ela é tão metódica que até seu terapeuta sofre com ela. A vida de Kate, no entanto, é virada de cabeça para baixo (literalmente) quando sua irmã falece e ela se torna a guardiã de sua sobrinha, Zoe (a pequena e brilhante Abigail Breslin).

Enquanto Kate tenta lidar com o luto e a maternidade repentina, a dona do restaurante (Patricia Clarkson) contrata um novo sous-chef para ajudar: Nick (Aaron Eckhart). Ele é o exato oposto de Kate: barulhento, expansivo, ama ouvir ópera na cozinha e cozinha com paixão “italiana”, mais focada na alma do que na técnica. O choque é instantâneo e, claro, delicioso.

Degustando os Ingredientes

  • Roteiro: Vamos ser muito honestos aqui: o roteiro é a definição da “fórmula de rom-com”. Você sabe exatamente o que vai acontecer desde os primeiros 15 minutos. É um remake de um filme alemão chamado “Simplesmente Martha”, e ele não tenta reinventar a roda. Mas a fórmula funciona! O roteiro acerta ao equilibrar o romance com o drama genuíno da relação de Kate e sua sobrinha Zoe.
  • Atuações: O carisma do elenco é o que vende o filme. Catherine Zeta-Jones está perfeita como a “Rainha do Gelo” que, aos poucos, vai derretendo. Aaron Eckhart é pura energia e sorriso; é impossível não gostar dele e da forma como ele quebra as defesas de Kate. Mas o coração do filme é Abigail Breslin. Ela (que tinha acabado de estourar em Pequena Miss Sunshine) traz uma vulnerabilidade real para o papel de Zoe, e as cenas dela com Kate são as mais tocantes.
  • Direção e Cinematografia: A comida! Ah, a comida. A direção de Scott Hicks foca em pratos lindos, elegantes e muito apetitosos. A cinematografia faz a comida brilhar. A cozinha é filmada como um palco de teatro: é profissional, limpa, mas também caótica. O filme é bonito de se ver, com aquela estética “clean” e sofisticada dos anos 2000.
  • Trilha Sonora e Edição: A música é um ponto-chave. O filme usa a ópera (a paixão de Nick) em contraste direto com o silêncio focado de Kate. É uma metáfora óbvia (caos vs. controle), mas que funciona super bem. A trilha de Philip Glass (sim, aquele Philip Glass) dá um toque de elegância inesperado ao filme.

Mais Sobre a Vida do que Sobre a Comida

Sendo seu amigo aqui no “CineGourmet“, vou te dizer: Sem Reservas não é um filme “cabeça” sobre gastronomia como O Menu ou A Festa de Babette.

O que eu adoro nele é como ele usa a comida como uma metáfora para a vida. Kate cozinha com técnica e controle, mas ela não tem vida. Nick cozinha com paixão e alegria, e ele traz isso para o ambiente. O filme é sobre Kate aprender a viver “sem reservas”, aceitando que a vida (e o amor) é bagunçada e não segue uma receita.

A jornada dela com a sobrinha Zoe é, para mim, o verdadeiro prato principal. O romance com Nick é a sobremesa deliciosa que completa a refeição.

Um Prato Clássico e Reconfortante

Sem Reservas é aquele filme que você assiste quando quer se sentir bem, sem ter que pensar muito. É doce, charmoso e executado com perfeição.

  • Pontos Fortes: A química inegável entre Zeta-Jones e Eckhart; a atuação tocante de Abigail Breslin; e a comida, que é filmada de um jeito que dá fome.
  • Pontos Fracos: É extremamente previsível. Se você odeia clichês de comédia romântica, talvez este não seja para você.

Vale a pena ser assistido? Com certeza! É a indicação perfeita para quem ama uma boa comédia romântica e quer ver pratos lindos sendo preparados sem o estresse e os gritos de Pegando Fogo

Veja também

Resenha "Tampopo" (1985), o cult clássico japonês! Um "Ramen Western" sobre a busca pelo lámen perfeito. O filme mais divertido...
Resenha "A Festa de Babette" (1987). Uma chef gasta sua fortuna em um banquete que transforma uma vila puritana. O...
Resenha "Comer Rezar Amar" (2010). A jornada de Julia Roberts pela Itália, Índia e Bali em busca de si mesma....

melhores Receitas

Receitas e Dicas todo dia

Receba receitas novas em primeira mão.